Tuesday, May 5, 2015

Amores do facebook

Ora então, deves concordar comigo quando digo que o amor só diz respeito às pessoas envolvidas. Então...qual é a necessidade em expôr o amor nas redes sociais?

Vou focar aqui dois pontos: 1) A visão 2015 do amor; 2) A necessidade de exibir (exibo, logo existo).

Partilhar o coração nas redes sociais

Já nos apercebemos da tendência que há em demonstrar que finalmente encontrámos o GRANDE amor das nossas vidas no facebook. Isto porque de alguma maneira, há uma certa pressão social para demonstrar que és tão bem adaptado que há outro ser que te ama tal como és.

Na minha opinião, o foco principal da amor sobreexposto na internet não é homenagear a pessoa que amamos, mas sim prestar culto à sua própria pessoa, querendo provar ao mundo que somos merecedores do amor incondicional. Ora é esta a visão 2015 do amor! Mostrar que valemos tanto a pena, que há quem goste de nós mais do que o outro alguma vez foi/é/será amado. Isto é o mesmo que gostar tão pouco de si, que exigimos que os outros pensem o contrário.

Depois, numa sociedade que existe através daquilo que os outros acham que acontece na nossa própria vida, mostrar que temos ou somos é mais importante do que ter ou ser efetivamente. Assim, exibir um perfeito idílio, não será uma forma de ter efetivamente um perfeito idílio, por mais imaginário que seja? Não será isto uma espécie de mitomania coletiva?

Diz-me o que achas...


Monday, May 4, 2015

Sou humana

Isto é uma nota para mim mesma. Mas pode ser que sirva também para ti...

Sou humana, logo erro. Já errei, já caí, já me mutilei, já me autocensurei, já me arrependi... E continuo a fazê-lo, todos os dias.

Admito e tu também devias admitir: tu não és perfeito, eu não acredito! Então por que razão tentas convencer o mundo disso? Eu também já tentei, por vezes ainda tento. Mas paga-se bem caro. Mostrar ao mundo apenas o lado bom, porque a sociedade é extremamente dura para conosco, porque somos julgados constantemente, porque temos que ser iguais aos outros, mas tentando convecê-los de que somos diferentes... Tudo isso tem um preço que não deverias estar disposto a pagar. 

Basicamente deixas de ser tu, perdes no "no man's land" que se encontra entre aquilo que és e queres e aquilo que achas que os outros esperam de ti. Quando na verdade, o esperado de qualquer pessoa é que o outro seja igual a si mesmo. Esse "no man's land" é um perigo, um poço sem fundo, uma via sem saída. 

Admite os teus erros, serás visto como íntegro e corajoso. Mostra as tuas quedas, isso colocará em evidência a força que tens para te reerguer. Mostra as tuas feridas, físicas e narcísicas, não tenhas medo de as expor, será ainda mais flagrante a tua força e inteligência. Diz o que realmente pensas, sem medo de ser "demasiado mainstream" nem "extraterrestre vindo de nenhures". Não te mutiles, nem fisicamente nem mesmo psicologicamente, és a coisa mais preciosa que tens.

E tu? Quem és realmente? Não precisas de ter uma definição exata, os humanos evoluem, não pares no tempo, Simplesmente segue o teu coração.


Wednesday, April 22, 2015

Aluna de cincos

Se me tivessem dito mais cedo que ser boa aluna não me ajudaria a ser feliz, provavelmente teria feito mais asneira, teria ouvido menos os professores, teria sido menos arrogante com os meus colegas de turma, teria tido mais castigos e recados na caderneta. Teria sido criança.

Passei todos os anos da minha infância a querer demonstrar a minha inteligência a todo o custo, achava que assim ia ser mais bem sucedida (=ia ser mais amada, fuck). Lá me dediquei a ser boa aluna... Mas isso tem dois problemas:

Problema 1: A sociedade dita que os mais inteligentes têm mais sucesso. Sucesso profissional. É esta a definição de felicidade que nos é ensinada? Sejamos menos competitivos e demonstremos as nossas emoções. A nossa saúde mental agradece.

Problema 2: Ser bom aluno não define o nosso sucesso profissional e muito menos (mesmo muiiito menos) a nossa felicidade. Apenas significa que a sociedade coloca um peso nos teus ombros para seres médico ou advogado.

Se achas que a vida é mais que um estatuto social: Ensina às tuas crianças e a todas as que te rodeiam que ser feliz é brincar, é partilhar, é amar!



Sunday, April 19, 2015

Stresse, vade retro!

O stress, mata-me. Com todas as palavras. Este sintoma fashion neste século XXI já é conhecido por todos. E posso dizer que eu e ele já nos tratamos por tu há uma data de tempo. Há quem lide bem com o stress, há que "trabalhe melhor sob stress", há quem fraqueje sob stresse e há quem mortifica sob stress. 

É o meu caso. Mortifico sob stress. Já viram um cão a roer um osso daqueles grandões com toda a paciência do mundo até dar totalmente cabo dele, fazendo desaparecer qualquer réstia de migalha? Bem, eu sou um desses ossões e o senhor doutor stress atormenta-me até eu ficar a 100% paralisada. 

A paralisia, neste caso, é claramente uma imagem. Mas nem tanto assim. O stress coloca-me em pânico, só vejo à frente o milhar de coisas que tenho para fazer, consigo aumentar a lista de afazeres magicamente até ela ficar mais longa do que uma viagem para NYC. Olho para cada uma das coisas, completamente apavorada, pensando que já deveria estar feita, que se me tivesse organizado já teria deixado o bicho bem para trás, (stress e culpabilidade, Best Friends Forever) depois penso que já tenho tanto para fazer que já nem vale fazer nada, pois de qualquer maneira, nunca terei tudo terminado.

Nesse momento as coisas aceleram, só consigo olhar para as coisas e deixo de me conseguir mexer, como se a velocidade do pensamento se pudesse assemelhar a uma corrida de fórmula um: deixa-nos coladinhos ao assento.

E pois bem, tudo fica tudo tão rápido que mal consigo acompanhar, fico exausta, sem ar, com o coração acelerado. Aí só quero dormir.

Já nem penso na minha to do list, mas sim em dormir. Ora dormir é contraproducente, mas já é tarde, já me deixei ultrapassar e roer bem roidinha até nem migalhas de mim restarem...

Wednesday, April 15, 2015

Temos aquilo que somos, somos aquilo que temos..?

Hoje estava a ver vídeos no Youtube. Vídeos daqueles que gosto de ver porque me confortam na ideia que somos aquilo que temos. De repente nas sugestões do Youtube surgiu-me um vídeo com um título apelativo. Vi-o. Gostei. Vi mais da mesma youtuber... e eis que ela me trouxe à presente reflexão. 

Ora então, na teoria todos me responderão que é mais importante ser do que ter, que aquilo que és é certo enquanto que aquilo que tens é volátil, que o valor das coisas é aquele que nós lhes damos, que uma vida rica só o é realmente se for em amor/conhecimento/sentimentos/paixão/seja-o-que-for ao envés de ser rica materialmente. Bem. Estamos todos de acordo quando sabiamente dizemos que não é o que temos que faz o que somos. No entanto...

Oh pá o problema é que apesar de nós, seres intelectualmente superiores/humanos, sabermos isso, tudo ao nosso redor nos diz o contrário. Tanto diz que nos convence.

Sou a primeira a encher cestos virtuais dos e-shop dos mais diversos géneros. Tento sempre poupar virtualmente dinheiro que não tenho, procurando as melhores ofertas de produtos que, na verdade, não irei comprar. Gozo ao imaginar que posso vir a ter aquilo que não preciso. Quando há promoções não resisto em pensar que é agora que vou comprar aquela coisa de que todos dizem maravilhas, até porque eu também devo ter, também devo ter para ser. 

Paradoxo.

No entanto, desafio-te a livrar-te da reles necessidade de adquirir, nem que seja por momentos. E depois vem cá, diz-me o quão é bom ser livre e poderes pensar em coisas que podes ser, já que não estás a gastar a tua energia a pensar no que poder ter. Vem dizer-me que te lembraste de ser algo que nunca te terias lembrado se não te tivesses livrado da prisão do materialismo.

Depois disso, és livre de voltar a querer ter.

Wednesday, April 8, 2015

"O estado no qual nos encontramos é sempre um estado de espírito!"

Ouvi esta frase numa reportagem sobre a alimentação preconizada pela menina de 84 anos, Irène Grosjean. E faz todo o sentido! Passo a explicar...

A partir do momento que aceitamos a vida como um ensinamento contínuo, temos a possibilidade de ver qualquer um dos nossos "problemas" como uma oportunidade. 

Se entendemos que estamos num problema, então (lógica irrefutável) estamos num problema. Se olharmos para a situação como para um desafio, então (lógica irrefutével, take II) esta será um desafio. Isto é real para qualquer tipo de problema: de saúde, pessoal, profissional, familiar, político, sociológico, TUDO.

Então aqui fica uma deixa. Pensa num problema que te tem preocupado atualmente. Olha para o problema na sua generalidade e depois especifica as vertentes que te fazem crer que este é um problema... Já está? Agora pensa nessa mesma situação e imagina que é um desafio. O animal competitivo que és vai instintivamente procurar soluções. Agora tens o dever de as aplicar. O saber é poder.

Vou dar um exemplo muito simples. Certamente na tua infância te espatifaste ao ponto de criar uma ferida no joelho ou na mão. Doeu. Muito. Sangrou. Fez crosta. Deixou cicatriz. Na altura viste isso como um problema, porque doía, porque rasgaste as calças, porque a mãe pôs-te desinfetante e ardeu e porque ainda levaste um ralhete ("Eu não te disse para não correres nas pedras?! "). No entanto hoje facilmente olhas para essa época da tua vida e para esse "problema" como um ensinamento: passaste a ter cuidado quando corrias nas pedras. 

A vida é isto. Mas o futuro é tarde demais para percebermos que os nossos problemas não passam de ensinamentos. Essa perceção deve ser feita no agora. Volta ao teu problema, pensa que é graças à cicatriz que te vai deixar que serás capaz de ter uma abertura diferente no futuro: nada é problema, tudo é oportunidade.

É importante reduzirmos o nosso nível de ansiedade, tem calma, respira. Porque "o estado no qual nos encontramos é sempre um estado de espírito." Doma o teu espírito e estarás no estado que TU desejares.