Wednesday, April 15, 2015

Temos aquilo que somos, somos aquilo que temos..?

Hoje estava a ver vídeos no Youtube. Vídeos daqueles que gosto de ver porque me confortam na ideia que somos aquilo que temos. De repente nas sugestões do Youtube surgiu-me um vídeo com um título apelativo. Vi-o. Gostei. Vi mais da mesma youtuber... e eis que ela me trouxe à presente reflexão. 

Ora então, na teoria todos me responderão que é mais importante ser do que ter, que aquilo que és é certo enquanto que aquilo que tens é volátil, que o valor das coisas é aquele que nós lhes damos, que uma vida rica só o é realmente se for em amor/conhecimento/sentimentos/paixão/seja-o-que-for ao envés de ser rica materialmente. Bem. Estamos todos de acordo quando sabiamente dizemos que não é o que temos que faz o que somos. No entanto...

Oh pá o problema é que apesar de nós, seres intelectualmente superiores/humanos, sabermos isso, tudo ao nosso redor nos diz o contrário. Tanto diz que nos convence.

Sou a primeira a encher cestos virtuais dos e-shop dos mais diversos géneros. Tento sempre poupar virtualmente dinheiro que não tenho, procurando as melhores ofertas de produtos que, na verdade, não irei comprar. Gozo ao imaginar que posso vir a ter aquilo que não preciso. Quando há promoções não resisto em pensar que é agora que vou comprar aquela coisa de que todos dizem maravilhas, até porque eu também devo ter, também devo ter para ser. 

Paradoxo.

No entanto, desafio-te a livrar-te da reles necessidade de adquirir, nem que seja por momentos. E depois vem cá, diz-me o quão é bom ser livre e poderes pensar em coisas que podes ser, já que não estás a gastar a tua energia a pensar no que poder ter. Vem dizer-me que te lembraste de ser algo que nunca te terias lembrado se não te tivesses livrado da prisão do materialismo.

Depois disso, és livre de voltar a querer ter.

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